Descalabro. Descaso. Desrespeito. Desfaçatez. São apenas algumas palavras para expressar o atual quadro pintado no cenário político brasileiro. E teríamos outras, dezenas, centenas, milhares.
E vamos assistindo, a cada dia, a uma sucessão de fatos que nos envergonham e nos revoltam.
E nós, cidadãos brasileiros, aguentamos calados, exprimindo nossas opiniões através das redes sociais, sem se espantar com quase nada que possa ser veiculado ou divulgado. E façamos isso enquanto ainda podemos, pois talvez chegue o tempo em que nem mais isso nos seja assegurado. Falta pouco. Muito pouco.
Enquanto a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça Federal agem por meio da Operação Lava Jato, mediante uma força-tarefa fabulosa, desvendando crimes e criminosos até então considerados inalcançáveis, os envolvidos – conhecidos ou não – lutam de modo hercúleo para que a inteira verdade não venha à tona. E os ardis utilizados para isso são muitos.
A sessão do Senado Federal, para deliberar acerca da autorização para a manutenção da prisão preventiva decretada pelo Supremo Tribunal Federal, em relação ao senador Delcídio Amaral, se mostrou um espetáculo teatral de extremo mau gosto, quando o seu presidente e aliados tudo fizeram para que a votação fosse secreta, com o franco propósito de ficarem livres e bem à vontade para votarem pela liberação do colega parlamentar das garras da Justiça, salvando assim vários outros envolvidos.
A atuação do presidente da Câmara dos Deputados que, apesar de seriamente implicado em atos ilícitos,vem agindo como senhor feudal, tratando a todos como vassalos, e o povo brasileiro como o bobo da corte, nos causa indignação e revolta extrema. As manobras ardilosas e até esdrúxulas dos líderes e asseclas do Executivo Federal, tudo com o objetivo de salvar sua chefe da responsabilidade que lhe compete, são lamentáveis e incapazes de serem adjetivadas.
Por fim, o impeachment. Um instrumento jurídico-constitucional que passou a ser rotulado como golpe, pois golpe não era quando os seus atuais insurgentes pertenciam à oposição, ingressando com pedidos de impeachment contra outros presidentes igualmente eleitos pelo voto direto e secreto. Foi deflagrada uma guerra em que não existem anjos e demônios. E seus contendores fazem uso da palavra democracia para manipular a sociedade, usando-a como lhes convém, embora nenhum deles saiba o seu real significado.
“Quem não é tolo pode ver”.
Grecianny Cordeiro
P. De Justiça