D ados do Sistema Nacional de Informações Penitenciárias apontou para uma informação preocupante: cresceu em 567% a população carcerária feminina no Brasil entre 2000 e 2014. Entre os homens, o aumento foi 220%. Os números foram levantados com junto a 1.424 unidades prisionais brasileiras. Ainda segundo o Governo Federal, a população prisional brasileira, no ano passado, totalizava 579.781 pessoas, sendo 37.380 mulheres e 542.401 homens. Outro dado relevante diz respeito à faixa etária da detentas: cerca de 50% das mulheres têm entre 18 e 29 anos.

Uma explicação para a explosão do número de jovens presas no País está ligada diretamente ao crescimento do tráfico de drogas. A maior parte das mulheres encarceradas ocupa posição considerada coadjuvante no tráfico, fazendo serviços de transporte de drogas e pequeno comércio. O estudo revela que, enquanto 25% dos crimes pelos quais os homens respondem estão relacionados ao tráfico, para as mulheres, a proporção chega a 68%.

É preciso destacar que as autoridades não podem relaxar no que diz respeito ao combate ao tráfico de drogas, esse comércio nefasto que está por trás de boa parte da violência que assola todas as cidades brasileiras. O fato de que os traficantes estejam usando cada vez mais mulheres para perpetrar os seus crimes não significa que a polícia deve relaxar no combate ao tráfico.

Se o problema são presídios superlotados, a solução é óbvia: em vez de se relaxar na pena daquelas pessoas, independentemente do sexo, flagradas em situação de tráfico, faz-se necessário construir mais cadeias, de modo a abrigar os detentos. O maior incentivo para a crime é impunidade e, ao prender os traficantes, as autoridades brasileiras passam o recado de que não vão tolerar a expansão do tráfico. Medidas socioeducativas devem ser estudadas caso a caso, mas é preciso tirar de circulação esses indivíduos, sim.