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Guerra ao Estado Islâmico

A série de atentados terroristas sem precedentes que deixou 132 mortos e mais de duas centenas de feridos na última sexta-feira, em Paris, causou horror e comoção em todo o mundo. Terror com ataques brutais à população civil não é novidade em décadas de atentados cruentos, como foi o 11 de Setembro.

Agora, o grupo fundamentalista islâmico, autodenominado o Estado Islâmico (EI), que assumiu a autoria dos ataques e que também deve ser responsável pelo ataque a bomba que derrubou um avião russo sobre o Egito, ceifando 224 vidas em 31 de outubro passado, tem como tática chocar a comunidade internacional com a exposição de execuções brutais, filmadas e publicados na internet, como jornalistas estrangeiros sendo decapitados a sangue frio e de prisioneiros queimados vivos ou afogados até a morte.

Esta seita terrorista prega uma ideologia forte contra tudo o que não é islâmico, ou contra tudo o que é ocidentalizado. Pretende estabelecer um “califado” no Iraque e na Síria e, depois, estendê-lo a demais territórios de nações árabes, ignorando as fronteiras estabelecidas cem anos atrás – após a I Guerra Mundial. A finalidade é proliferar o terror e insegurança no Ocidente, pondo em descrença a capacidade de seus líderes em garantirem a salvaguarda dos cidadãos. Tornando também as populações de origem muçulmana vistas com ceticismo. Mas o objetivo é exatamente este: de acirrar a chamada “guerra santa” em uma propaganda que atraia jovens para o movimento jihadista.

A ameaça de novos ataques e desestabilização política e militar em toda a região é iminente. Eles combinam ideologia e sofisticação militar, técnica e estratégica. Contam com mais de 15 mil combatentes e acesso a recursos de US$ 2 bilhões – oriundos de fontes diversas, entre as quais doações privadas, sequestros e roubos, e venda de petróleo no mercado negro – eles controlam diversos poços no Iraque e na Síria. Impressionante como as potências ocidentais permitiram o agigantamento e proliferação do Estado Islâmico.

Muito em razão da política do presidente Obama, de gradativamente reduzir as intervenções militares no Oriente Médio, em função do enorme desgaste das guerras do Iraque e do Afeganistão junto à população americana. O mundo civilizado – que retoricamente tem repudiado veementemente as barbáries perpetradas por estas seitas terroristas – tem que, agora, efetivamente, em defesa da vida e, principalmente, dos valores da liberdade, autodeterminação dos povos e democracia – conjugar forças e “aniquilar” esta monstruosa alcateia terrorista. Para tal, será fundamental a cooperação entre Estados Unidos e Rússia – que devem neste momento tentar abrandar suas diferenças sobre o governo sírio de Bashar al-Assad, e focarem na derrota do inimigo comum: o EI.

José Maria Philomeno
Economista

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