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Lula indignado, e nós?

O ex-presidente Lula, em recente entrevista (dia 3 de dezembro), a portas fechadas com o governador Luiz Fernando Pezão, do Rio de Janeiro, afirmou estar “indignado com o que estão fazendo com o País”. Referia-se Lula à decisão de dar início ao processo que pode culminar no afastamento da atual presidente da República.

A indignação é até compreensível, mas e quanto ao povo brasileiro? O ex-presidente não se indignou com a quadrilha formada no Planalto para assaltar o patrimônio do País. Por certo, também, não mostrou indignação com os ilícitos praticados pela corja organizada por seus companheiros de partido, por ocasião do processo do Mensalão, que resultou na prisão de muitos. Igualmente, não lhe tocou, talvez, as descobertas da Polícia Federal e dos “Meninos do Paraná”, que desbarataram o Petrolão, considerado um dos maiores escândalos de corrupção da história mundial. Vê-se, pois, que a entrevista de Lula, agora reportada, caracteriza autêntica dissimulação, não conseguindo ele disfarçar tal atitude.

Ademais, é bom dizer ser impossível, a qualquer um, não se estarrecer com tantas ocorrências danosas e vergonhosas que vem ocorrendo no dia a dia, por atos ímprobos dos políticos brasileiros, atos estes diretamente responsáveis pela crise ética, moral e econômica que assola o país.

Aliás, cotidianamente, a imprensa divulga as estripulias da classe política, culminando com o espetáculo circense patrocinado pelos deputados federais na sessão conturbada do último dia 8 de dezembro de 2015, na Câmara Federal, para a escolha da comissão especial processante do pedido de impeachment da Presidente da República.

É nesse contexto em que o Brasil afunda-se numa crise sem data para estagnar. Não bastasse tanta confusão, o Conselho de Ética da Câmara Federal, prorrogou, indefinidamente, o pedido de cassação do mandato do atual presidente da Câmara dos Deputados. E ainda há de se observar o posicionamento do principal aliado do Planalto, o PMDB, partido eternamente governista e que, agora rachado, pretende pular do “barco furado” do Governo. E o Temer? Será que está articulando o impedimento presidencial, visando assumir o posto de comandante maior do País?
Diante de tantos absurdos, só nos resta uma alternativa imediata: procurar um especialista para aliviar nossos estresses. E haja sofrimento, desemprego, miséria, violência e falta de esperança.

José G. Monteiro
Advogado

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