O Brasil é um país dotado de vasta costa marítima, e infinitos redutos hídricos. Deste modo, é inadmissível que apenas 27% dos municípios brasileiros incluem pescado na merenda escolar. Apesar da inclusão do peixe na merenda das escolas ser estimulada, por acordo celebrado entre o Ministério da Pesca e o Ministério da Educação, em 2013, o alimento ainda está longe de ser uma realidade do dia a dia das crianças brasileiras. A ideia é capacitar nutricionistas e merendeiras para uso do peixe e produção de cartilha sobre a importância do pescado para a alimentação, entre outras ações.
É preciso discutir a fundo essa questão. Afinal, o pescado é considerado um alimento altamente nutritivo e que pode ser extremamente importante para o desenvolvimento intelectual das crianças e adolescentes, além de gerar um hábito saudável na fase adulta dos indivíduos. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura já recomendou a inclusão no peixe na alimentação escolar de todos os países latino-americanos, para garantir a nutrição adequada da população.
Não custa lembrar que o pescado é um alimento basicamente completo, rico em proteínas, em sais minerais, em ômega 3, em ácidos graxos, e isso traz para o estudante uma melhoria para o processo de aprendizagem.
De acordo com Miriam, os hábitos alimentares da população podem ser transformados na escola. Ela citou ainda as dificuldades para a inclusão do peixe na alimentação dos povos latino-americanos, que incluem, além da falta de hábito, o alto custo, a falta de pessoal capacitado para manejo do peixe, a ausência do produto nos mercados locais e de transporte adequado. Faz-se necessário ressaltar que a alimentação na escola, em muitas ocasiões, é a única do dia da criança, o que reforça a obrigação de o poder público ofertar uma dieta diversificada, nutritiva e que aproveite as potencialidades de cada região, de modo a reduzir custos e apresentar alimentos sempre frescos.
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