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Morte de Tancredo Neves suscitou dúvidas sobre quem assumiria a Presidência

Na antevéspera da posse de TANCREDO NEVES como Presidente da República, tive o privilégio de visitá-lo na Granja do Riacho Fundo, indicado que era pela bancada de meu partido no Congresso, para dirigir o Banco do Nordeste, tendo a chancela de seu líder maior, ULYSSES GUIMARÃES. Naquela oportunidade fui testemunha, mesmo à distância, de mal-estar sofrido pelo ilustre político, permitindo-me que extraísse ilação do seu real estado de saúde, do qual já tinha conhecimento quem com ele convivia de perto, num prenúncio de que não seria fácil ele ser investido na chefia de nossa Nação, dali a dois dias, o que realmente não ocorrera. Com o agravamento do quadro de TANCREDO, sua hospitalização na data seguinte seria inevitável, passando a surgir especulações sobre quem deveria ser empossado, interinamente, se ULYSSES, então presidente da Câmara dos Deputados, ou JOSÉ SARNEY, o Vice-Presidente eleito na mesma chapa. Consultas institucionais eram realizadas a cada instante, em função da internação do titular, com dúvidas suscitando sobre os dois prováveis substitutos, a maioria concordando que prevaleceria o maranhense, já que escolhido no mesmo processo eleitoral. Dirimido o impasse sob o ponto de vista jurídico, SARNEY despontou como o sucessor legítimo, até porque fora eleito vice ao elevado posto. Juristas renomeados foram chamados a opinar, enquanto o próprio ULYSSES considerou mais viável a solução de empossar o vice, já que o dirigente do PMDB não teria a receptividade pacificadora junto às Forças Armadas. Em meio às controvérsias sobre a posse, a faixa presidencial continuava em mãos do ainda presidente JOÃO FIGUEIREDO, por sua recusa injustificável em repassá-la a SARNEY, como alternativa plausível respaldada pelas correntes políticas. Todos aguardavam a imediata recuperação de TANCREDO para que ele viesse a assumir a Cadeira presidencial, adiada pelos motivos já conhecidos pela história. Com o falecimento, no dia 21 de abril, do saudoso filho de São João Del Rey, após várias cirurgias em São Paulo, restou a JOSÉ SARNEY conduzir os rumos da nacionalidade, quando se portou com reconhecida competência e habilidade, embora com resistências, superadas através de sua postura serena, como assim compete a quem comanda os destinos do País. Na gestão que o acaso entregou a SARNEY, este escriba foi confirmado na Presidência do BNB, conforme antes sugerido, desde encontro com a bancada peemdebista, sob a liderança do “SENHOR DIRETAS”. Na titularidade do Poder Executivo federal, o senador e ex-governador, hoje decano da Academia Brasileira de Letras, demonstrou sagacidade e espírito público invejáveis, buscando ultrapassar inúmeros desafios com sensatez e determinação. A ele se deve uma visão aquilina por liderar o povo brasileiro em clima de paz e harmonia, numa gestão árdua, que deixou como marca mais significativa a inserção do Brasil no ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO.

MAURO BENEVIDES
JORNALISTA E
SENADOR-CONSTITUINTE

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