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Noite feliz

24 de dezembro. Um dos dias mais esperados do ano, aquela noite que todo mundo deixa as desavenças de lado para trocar carinho e presentes. Parece tudo tão perfeito como um comercial de margarina.
É neste dia do ano que você é obrigado a ouvir aquelas piadas repetitivas e sem graça daquele tio que vive bêbado. Ainda tem a bendita brincadeira que acontece em todas as confraternizações natalinas: o amigo secreto. Cada participante leva um presente de um valor combinado e depois trocam entre si. Depois, um toma o presente do outro, e todos começam a rir. É mais ou menos assim, você está feliz da vida com uma camisa bacana na mão e termina levando um par de meias. Se essa brincadeira fosse tão legal assim como todo mundo pensa, não terminaria sempre uma pessoa com o sorriso amarelo.

Pode reparar como toda vida tem aquela situação constrangedora que uma senhora, mais fofinha, ganha uma camisa sensual e quase transparente que visivelmente não entra nem no seu braço. Mesmo assim ela abre um sorrisão de uma ponta à outra da orelha e diz “adoreeeeei!!” Para completar, tem algum gaiato na festa que ironiza e fala bem alto: é a sua cara, foi feito sob medida. E assim, segue a brincadeira.

Outra característica típica do amigo secreto é quando uma pessoa vai olhar o tamanho da camisa e encontra também o preço na etiqueta. Essa situação geralmente só acontece quando o presente foi adquirido nas clássicas promoções: “Compre 2, leve 3” ou “Tudo pela metade do preço”. E o pior é que todos sabem que o presente foi comprado pelo que mais esbanja riqueza na família.

Todo ano tem alguém que leva chocolate, e sempre sobra para quem está de regime. O chocolate pode até não ser tão gostoso, mas aquela embalagem, o formato de Papai Noel com a barba recheada com chantilly, o gorro recheado de amendoim mandam o regime, mais uma vez, pra depois do Carnaval. Tem sempre aquele presente que ninguém quer; mesmo embrulhado dá pra perceber que é sem graça. O avô gasta seu décimo terceiro quase todo comprando presentes para toda a família. Tadinho, sempre erra no gosto ou repete lembrancinhas que havia dado ano passado. Pior para aquele adolescente, com espinhas no rosto, que ganha uma coleção de carrinhos, mas coleciona revistas de mulheres peladas. Apesar de todas essas situações que realmente acontecem no Natal, esta época de luz traz também amor no coração e tem o poder de aproximar famílias, vizinhos, amigos de trabalho e infância. Viva o Natal e boa sorte para o meu amigo secreto.

Emmanuel Brandão
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