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O terror e o horror

A Europa, sobretudo a França, tem sido vítima do terror ditado pelos monstros do Estado Islâmico, que, de modo desumano, estão a desafiar o mundo com seus métodos covardes, ceifando vidas inocentes em nome da sua religião. A atitude bestial, segundo proclamam, tem como base a “vontade divina”. Imagine se Alá, como denominam o seu deus, iria permitir ato tão cruel a ponto de exterminar centenas de pessoas indistintamente? Claro que tal comportamento se coaduna com características de elevado estado de loucura, totalmente incompatível com os princípios consagrados na religião muçulmana. Indago eu, qual estratégia utilizam os doutrinadores desse bando de malucos? Por certo, devem introduzir pela força o mal na alma dos pobres diabos que os seguem.

Mas, se as nações desenvolvidas da Europa vêm experimentando uma onda de terrorismo religioso, os países de estrutura subdesenvolvida convivem com o horror diário das drogas, da criminalidade, da insegurança e do desgoverno. Na guerra de lá, muitas vidas são sacrificadas. Aqui, o número de vítimas é ainda superior; infelizmente, nossa guerra se desenrola silenciosamente no contexto da violência cotidiana, em cada assalto, sequestro e latrocínio, no trânsito caótico, na fome, na seca e na miséria dos desvalidos.

Lá, as grandes potências se unem na caça aos jihadistas do Estado Islâmico e da Al Qaeda, mesmo sem saber onde encontrá-los. Aqui, reina a incompetência e a falta de compromisso na busca das soluções para o enfrentamento dos problemas. Se formos buscar a origem dos males sob exame, exsurge como fonte responsável por grande parte dessas mazelas – tanto de lá quanto de cá – a exploração exagerada decorrente do fundamentalismo capitalista em que estamos inseridos, modelo que, nunca é demais proclamar, já alcançou as raias da exaustão. O que se vê é o reinado da ganância, desembocando numa busca insana e incontrolável por dinheiro e poder, com cada indivíduo “legitimamente” motivado pela máxima do “salve-se quem puder”. Eis o gérmen da desigualdade social, com uns ostentando riquezas e bilhões, e outros na pobreza e sem tostões. Resta-nos, pois, um caminho: a mudança do atual sistema que rege a economia mundial, o exagerado Capitalismo. Será que não seria prudente aprofundarmos o estudo e a reflexão sobre esta problemática? Que se convoquem os economistas e outros cientistas das áreas política, econômica e social para tanto. Por que não desenvolvermos a tal da socioeconomia solidária? Com um apelo à reflexão, oferecemos essa sugestão para o Brasil, quiçá para o mundo.

José G. Monteiro
Advogado

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