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10 julho 2008.
Fortaleza, Ceará, Brasil.

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Opinião

Padrões duplos

quinta-feira, 10 de julho 2008

Um dos prejuízos mais sérios que a pregação esquerdista pode causar à sociedade, e o mais perceptível atualmente, é a inversão dos valores, a modificação do significado de atos e palavras de acordo com sua importância circunstancial dentro do esquema ideológico maior. Esquerdistas costumam jogar com padrões duplos. Os procedimentos que são denunciados hoje podem ser perfeitamente compreensíveis amanhã, bastando que sirvam aos seus interesses a curto ou longo prazo. Dois exemplos:

Recentemente recebi por e-mail uma nota de protesto do MST. Entre um e outro chavão de terceiro mundo, uma exortação interessante: o MST exigia respeito ao Estado democrático de direito. Pode parecer brincadeira, mas é isso mesmo: as mesmas pessoas que invadem propriedades privadas, bloqueiam estradas, incendeiam plantações e fazem caseiros de reféns, sem um pingo de constrangimento, que as normais legais sejam cumpridas. As opiniões mudam de acordo com o cenário. E é ingenuidade achar que essa postura reflete apenas uma contradição momentânea, uma espécie de lapso: é um método calculado para incutir no público alvo da seita – a juventude útil das universidades e os entusiastas do totalitarismo – aquela convicção revolucionária que só pode ser obtida mediante a inversão da lógica. Verdade e mentira tornam-se noções instrumentais.
Vi na TV esta semana um sujeito que foi candidato ao Senado pelo Ceará em 2006 declarando, com empolgação adolescente, que o governo de Stalin (20 milhões de cadáveres) foi “um show”. Seguindo esse show de sensatez, ele afirmou que estava do lado das FARC, que, segundo ele, lutam para construir uma sociedade mais justa. O defensor do genocídio exalta com palavreados românticos um bando de seqüestradores, mas ele não mandaria seus próprios filhos aos cuidados das FARC, para que ficassem dia e noite acorrentados a árvores, sentindo na pele a glória da revolução. Nem pensar. Mas não ouse confrontá-lo com sua incoerência hedionda: ele diria que você é um ser humano desprezível, por fora do contexto histórico e, para fechar com chave de ouro, que a culpa é do Bush.
Ao mesmo tempo em que lambem as botas de carniceiros, os apologistas da opressão se deleitam com a ilusão vaidosa de encarnarem o bem universal. Ao mesmo tempo em que invadem e saqueiam, pedem respeito ao direito de propriedade. E quanto mais absurda é a discrepância entre palavra e ato, mais embriagados ficam. Só a inversão dos valores explica a naturalidade com que esses demagogos vendem seu show de horrores embalado na promessa de um “outro mundo possível”. São um bando de loucos, e mais loucos ainda são os que caem no jogo do padrão duplo concedendo a esses sujeitos o tratamento de interlocutores sérios. www.brunopontes.blogspot.com

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