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Por que Dilma mentiu tanto na campanha?

Estávamos em outubro de 2014, e o Brasil navegava em céu de brigadeiro em termos de estabilidade econômica rumo à consolidação de crescimento. Fluxo de caixa estável, contas públicas equilibradas, superávit primário sob controle, inflação coisa do passado, programas sociais em ascensão, programas para a educação em perspectiva de crescimento, daí o slogan Pátria Educadora, enfim, um Brasil que deslancharia no segundo mandato de Dilma. Um filme de campanha da candidata mostrava o cenário sombrio em uma família sem alimentos e sem segurança social caso o principal oponente de Dillma, Aécio Neves, chegasse à Presidência. O principal mentor da candidata-presidente, o ex-presidente Lula, esbravejou que se tratava de uma campanha de ódio deflagrada por seus oponentes e que o Brasil mergulharia em um mar de depressão e de desequilíbrio caso o opositor ganhasse a eleição.

Tudo mentira. A presidente candidata sabia que tudo aquilo era mentira e insistiu na mentira para, no dia seguinte, à apertada vitória, mergulhar o País na maior crise econômica, moral e política de toda a sua história. Não há precedentes para o que o País está vivendo agora. A imoralidade é o maior valor que o governo da presidente Dilma ofertou ao País. Hoje, o partido que assumiu o poder para restaurar a dignidade do País, defende-se da corrupção – quase toda sua cúpula está presa – apontando que os outros eduardos cunhas da vida também são corruptos. Em campanha, Dilma prometeu aumentar o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), com mais 12 milhões de vagas até o final de 2015. Aumentar a quantidade de bolsas pelo programa Ciência sem Fronteiras, que dá o benefício para estudantes do ensino superior, de pós-graduação e doutorado estudarem em universidade estrangeira — mentira.

Incluir remédios contra diabetes e hipertensão na lista de medicamentos gratuitos da rede pública — faltam remédios, e os medicamentos perderam isenções na rede privada de farmácias.
E nada mais mentiroso que a promessa de “manter o tripé da política econômica: metas de inflação, câmbio flutuante e superávits fiscais primários.” Dilma já sabia, naquela outubro de 2014, que o barco estava fazendo água porque ela maquiara as contas, através de uma fraude contábil que ganhou o apelido de “pedaladas fiscais”. Dilma mentiu deliberadamente. Como, provavelmente, está mentido no episódio da compra fraudulenta da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), quando ela presidia o Conselho de Administração da estatal Petrobras. As evidencias são robustas quando apontam para o fato de que Dilma foi cúmplice da fraude e, certamente, a história, através das delações premiadas e das investigações, darão certeza ao fato.

Dilma também prometeu “empreender” ações para redução de juros, que incluem a redução da dívida pública para 30% do PIB: índice hoje está em torno de 45%. Fez tudo ao contrário ao se capitalizar através da emissão de mais títulos públicos. Agora, essa promessa é uma piada. Ela prometeu promover desoneração tributária: reduzir impostos sobre investimentos, folha de pagamentos das empresas, remédios, energia elétrica, saneamento, empresas de transporte urbano. Fez tudo ao contrário. Ela sabia que as condições objetivas de casos que ela criou em seu primeiro governo não permitiriam isso. Ela mentiu deliberadamente e, pior, acintosamente, em sua campanha e cometeu graves fraudes administrativas. Dilma construiu, tijolo a tijolo, sua própria herança maldita. O pedido de impedimento é absolutamente legítimo. A presidente cai, a democracia se consolida.

Luís Sérgio Santos
Jornalista

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