A voracidade pela cobrança de imposto, no Brasil, demonstra a falta de sensiblidade política do Governo Federal para com a classe média, a mais sacrificada em decorrência da pesada carga tributária, a segunda maior do mundo. Ressuscitar o imposto do cheque, agora denominado Contribuição Social para a Saúde – CSS, é uma farsa que não mais convence a maioria dos brasileiros.
Quem não se lembra da iniciativa louvável do ex-ministro Adib Jatene, da Saúde, propondo a criação da CPMF, porém sua finalidade foi desviada e a crise na saúde continua como antes e, como tal, sem perspectiva de melhora. Paradoxalmente, a Receita Federal, informa que a arrecadação de impostos e contribuições aumentou 11,44%, em abril de 2008, em relação ao mesmo mês, no ano de 2007. Com o acumulado do ano, o crescimento foi de 12,56% e os números mostram novos recordes, o que, para a Receita Federal, são explicados pelo crescimento econômico e fatores atípicos, como recolhimento de impostos pagos em atraso, após disputas judiciais, situações temporárias, conforme foi divulgado em 22 de maio de 2008.
No decorrer dos anos, os gestores públicos não têm demonstrado vontade política para, pelo menos, minimizar tal questão, enquanto que a população fica privada de uma melhor qualidade de vida. É que o salário fica comprometido com o pagamento de impostos, impedindo que a população possa investir na saúde e na educação de seus filhos. É oportuno lembrar a declaração do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, que disse: “se o imposto do cheque for recriado, pode sofrer contestação no STF”.
Entretanto, até o momento, os governantes não têm se preocupado, como deveriam, com o bem-estar do seu povo, enquanto são registrados desmandos administrativos que, nem sempre, são apurados, de acordo com os rigores da lei. Quem sabe, com a conscientização política do povo, a situação possa ser revertida, desde que sejam escolhidas pessoas comprometidas com os anseios populares.