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3 julho 2008.
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Opinião

Stalin, o veredicto da história (X)

quinta-feira, 03 de julho 2008

De Danton: Depois de mim será a tua vez, Robespierre!

De Isaac Deutscher: No dia seguinte Trotski falou novamente no Comitê Central, afirmando ‘inter alia’ que Stalin evidentemente pretendia a aniquilação física da Oposição: “o caminho que tomará a seguir o grupo stalinista está predeterminado mecanicamente. Hoje, eles falsificam nossas palavras, amanhã falsificarão nossos atos”. “O grupo stalinista será obrigado, e sem demora, a usar contra a Oposição todos os meios que os inimigos de classe usaram contra os bolcheviques em julho de 1917”, durante o “mês da grande calúnia”, quando Lenin teve de fugir de Petrogrado – falariam de “carros fechados”, o “ouro estrangeiro”, conspirações etc. É para isso que está marchando Stalin – para isso e todas as consequências. Somente os cegos não o vêem; somente os fariseus não o admitem”.
Só os cegos e os mortos (realmente) não veriam a vitória final stalinista sobre todas as facções rivais (da Oposição Unida) celebrada no XVIº Congresso do PCUS, o Congresso dos Vitoriosos, realizado em 1934, onde os derrotados de esquerda e de direita se humilharam e idolatraram o Secretário-Geral. Neste Congresso, pela primeira vez, se ouviu o termo “Marx-Engels-Lênin-Stálin”, dito por Zinoviev, em discurso oficial, onde se auto-retratou junto com os demais derrotados.
Após se livrar da condição periclitante em que se encontrava, em 1932, devido ao pesado custo humano da industrialização e coletivização do campo e da rebelião de setores do partido como este processo foi conduzido, Stalin resolve se consolidar no poder, se livrando de um por um dos seus rivais, a partir de 1934, através dos Grandes Expurgos. Por outro lado, foi incentivado no que foi chamado por Nikita Khuschev de “Culto da Personalidade”. Foi maximizado a quinta potência o peso da propaganda política, especialmente as visuais, objetivando a valorização do trabalho, alfabetização e educação das massas dentro de um cunho revolucionário, glorificação do mito revolucionário e do grande líder que tanto beneficiava o povo, Stálin.
O “culto da personalidade” stalinista envolvia imensas construções, estátuas, cartazes com Stálin ao lado de Lenin, lembrando a ‘sucessão apostólica’, o que se repetirá nas mais diversas manifestações artísticas e culturais: “A adoração e o culto ilimitado com que a população cerca Stalin é a primeira coisa que causa admiração no visitante estrangeiro à URSS. Em todos os cantos, em cada intercessão de ruas, em lugares adequados e inadequados, podem-se ver gigantescos bustos e estátuas de Stalin. Os discursos ouvidos, não apenas políticos, mas até sobre assuntos científicos e artísticos, são preparados como glorificação a Stalin e, por vezes, tal deificação toma formas de mal gosto”.
No entanto, “mesmo com a artificialidade dos meios empregados para consegui-la, a popularidade de Stalin era autêntica entre as massas, cujas opiniões sobre ele e sobre as questões da nação se baseavam em aparências. Tratava-se de um tempo em que a uniformidade de pensamento era imposta por todos os meios disponíveis. Desde o jardim-de-infância, as crianças eram ensinadas a entoar versos pela saúde do grande líder. Ninguém podia se dar ao luxo de não amar Stalin; mesmo assim, ainda surge a pergunta: por que ele era tão popular?”
Resposta: A Rússia mudara para melhor, apesar dos imensos sacrifícios cobrados. Tudo estava aparentemente justificado, até que veio o XX Congresso do PCUS e tudo de repente mudou…
 

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