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Minuta de golpe: Investigado pergunta se “PR imbrochável” assinou decreto

A Polícia Federal (PF) interceptou uma troca de mensagens do final de 2022 em que dois investigados no caso da “Abin paralela” questionam se o então presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas semanas antes, já teria assinado a “p* do decreto”. De acordo com os policiais, trata-se de referência à “minuta do decreto de intervenção” para o “rompimento democrático” após a vitória de Lula (PT) nas eleições daquele ano.

Uma cópia da minuta de decreto que previa a intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi localizada no início de 2023, na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, alvo de inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe. A conversa, segundo o relatório da PF que fundamentou a quarta fase da Operação Última Milha, deflagrada nessa quinta-feira (11), foi travada entre os policiais e investigados Marcelo Araújo Bormevet e Giancarlo Gomes Rodrigues, que foram alvos de mandados de prisão. “O Nosso PR imbrochável já assinou a p* do decreto?”, questiona Bormevet, segundo os documentos. Giancarlo Rodrigues responde, ainda de acordo com o relatório: “Assinou nada. Tá f*** essa espera, se é que vai ter alguma”. Na sequência, Bormevet diz: “Tem dia que eu acredito que terá, tem dia que não”.

A PF afirma que o diálogo é “circunstância relevante que indica no mínimo potencial conhecimento [pelos investigados] do planejamento das ações que culminaram na construção da minuta do decreto de intervenção” e que “as ações clandestinas, portanto, realizadas pela estrutura paralela de contrainteligência de Estado valendo-se dos recursos da Abin [Agência Brasileira de Inteligência] e de outras instituições direcionadas para atacar instituições, opositores e descreditar o sistema eleitoral essencialmente por desinformação, além de apresentarem conexão com os demais apuratórios do INQ 4781, potencialmente se situam no nexo causal dos delitos que culminaram na tentativa de abolição violenta do Estado democrático”.
A reportagem não conseguiu localizar as defesas dos dois investigados citados até o fechamento desta edição.

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