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“Nos municípios, ideologia não pesa muito”, diz presidente do PDT-CE

O presidente estadual do PDT, o ex-senador Flávio Torres, descartou haver algum tipo de aproximação ou alinhamento do PDT com o PL

Por Igor Magalhães

Foto: Divulgação

O presidente estadual do PDT, o ex-senador Flávio Torres, descartou haver algum tipo de aproximação ou alinhamento do PDT com o PL ou com o campo da direita no Ceará, apesar de ambos fazerem oposição ao PT no estado.

No último sábado (20), lideranças pedetistas importantes como o ex-presidenciável Ciro Gomes, o presidente nacional interino do PDT André Figueiredo e o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, estiveram presentes na convenção partidária que confirmou a candidatura do prefeito Glêdson Bezerra (Podemos) na tentativa de reeleição em Juazeiro do Norte.

Reunindo a oposição ao PT no Ceará, o palanque de Glêdson reuniu representantes de nove partidos: Podemos; PP; Novo; PL; PDT; PSDB; Cidadania, União Brasil e DC. Estava presente, por exemplo, o presidente do PL Ceará, o deputado estadual Carmelo Neto. A sigla reúne os principais apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Enquanto o PDT é um partido classificado como centro-esquerda no espectro ideológico, o PL está no campo da direita. O fato de pedetistas e bolsonaristas estarem no mesmo palanque causou reações entre adversários desses dois grupos.

O líder do PT na Assembleia Legislativa do Ceará, o deputado estadual De Assis Diniz (PT), disse que políticos cearenses do PDT “tornaram pública sua vergonhosa aliança com o bolsonarismo no Cariri”. “Brizola deve estar se tremendo no túmulo”, completou, referindo-se a Leonel Brizola, líder trabalhista e nome histórico do PDT.

Para o presidente do PDT Ceará, o que ocorreu na cidade do Cariri foi “um palanque compartilhado por correntes distintas”. O dirigente partidário explicou que a ideologia perde um pouco de força nos municípios, levando a escolhas que são mais influenciadas pelas relações diretas entre os atores políticos do que pelas suas ideologias.

“Quando você chega no nível municipal a coisa perde o caráter ideológico porque você vai apoiar um candidato com quem você teve alguma relação”, afirmou Flávio Torres ao O Estado.

Ele previu ainda que PDT e PL podem estar dividindo o mesmo palanque em outros municípios, tendo em vista a diminuição do peso da ideologia nas eleições municipais, ou mesmo que o PDT apoie o PT em alguns casos. “No município a ideologia não pesa muito não. (…) As fronteiras não são tão definidas como na Capital, é diferente. (…) E aí os partidos perdem um pouco a cor”.

No caso de Juazeiro do Norte, Torres ressaltou o sentimento “anti-PT”. “A gente não vai apoiar o PT numa cidade importante como o Juazeiro onde o candidato se dispôs a conversar com a gente e o PDT resolveu apoiar. O PL também”. Mesmo assim, negou que exista algum diálogo ou acordo entre PDT e PL. “É uma coisa em comum, apoiar aquele prefeito. Não vamos ideologizar isso”.

Decisões individuais
Além da diminuição do peso da ideologia nas eleições municipais, Flávio Torres também apontou como justificativa para o posicionamento dos pedetistas na eleição a ausência de candidaturas próprias do partido em alguns municípios.

“Se tivesse um PDT organizado naquela cidade lançando um candidato e aí uma liderança como o Ciro ou o Roberto apoiasse outro, aí seria errado (…). Onde o PDT tiver um candidato, todos os membros do PDT no estado estão proibidos de apoiar outro”.

Sem candidatura própria do partido, cada liderança e filiado tem mais liberdade sobre os palanques que ocupa, conforme Torres, o que leva a escolhas feitas “no calor das eleições dos municípios”, muitas vezes também baseadas em compromissos ou acordos políticos já celebrados.

“A ausência do candidato do partido, no meu entender, dá liberdade para aquelas pessoas do partido que têm alguma ligação com aquele município a tomar o caminho que querem. Não é o caminho partidário, já que o partido não é organizado ali”.

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