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28 julho 2008.
Fortaleza, Ceará, Brasil.

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Política

Novos discursos na caça ao voto

segunda-feira, 28 de julho 2008

A corrida eleitoral desse ano é disputada por 11 candidatos que travam uma peleja a fim de subirem ao trono da prefeita, e também candidata à reeleição, Luizianne Lins (PT). Desse total, nove são veteranos no que se refere à batalha em busca de votos.
Todos inventam aparatos e constroem novos discursos em cima de diversos temas sociais. A experiência foi o tema em que os postulantes conhecidos pelo povo ao cargo de Prefeito de Fortaleza concordaram em relação à participação na atual campanha. Eles protagonizam discórdias diárias, mas grande parte do grupo garante que a maturidade adquirida em eleições anteriores é um dos fatores que mais agrega valor à atual candidatura.

»Entre duas Fortalezas. O percurso entre uma "Fortaleza Bela" e "Uma Fortaleza mais forte e cada vez melhor" é o caminho que Luizianne Lins percorre na sua nova empreitada em busca de não abandonar o trono de Gestora Municipal. No discurso, a complementação de um tema que ela sustentou durante a primeira campanha para Prefeita e pelos três anos e meio que tem governado a Cidade. A Candidata, que já foi vereadora e sempre levantou a bandeira da educação, levou esse discurso também durante a gestão.
 

Para Luizianne, a saúde, habitação e transporte são temas que continuam por precisarem de atenção. “O nosso discurso tem se pautado, desde a primeira campanha e durante toda a gestão, no cumprimento do que propusemos no programa de governo. As prioridades continuam sendo as áreas sociais", declara.

»Pupila do tucanato. Oito anos depois de pleitear, sem sucesso, a vaga de prefeita da capital cearense, Patrícia Saboya (PDT) continua buscando interferir nas questões ligadas à infância e juventude, tema que faz parte de sua carreira política. Mas esse ano, com o apoio do PSDB, a Candidata apresenta algo novo: a priorização da educação.
 

O tema bate de frente com o que defende a atual administração municipal, que pregou por anos a valorização do ensino público, mas deixou a Cidade na posição 89º, entre os 184 municípios cearenses em termos de educação, segundo a pesquisa do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (Spaece-Alfa) de 2007. Além disso, Patrícia promete voltar sua atenção para a escolarização das mães dos alunos.
 

Sobre sua desenvoltura na atual campanha, a Pedetista desabafa: "me sinto mais segura para falar da minha experiência e daquilo que eu realmente sei."

»Repetição. Conhecido pelo eleitorado cearense, o advogado Renato Roseno (PSol), ex-petista que disputa hoje a vaga de sua ex-colega de legenda, a prefeita Luizianne Lins, direciona sua atual campanha da mesma forma como procedeu nas eleições de 2006, época que concorreu ao cargo hoje ocupado por Cid Gomes. Segundo ele, os “valores e princípios" defendidos há dois anos serão priorizados esse ano. “A diferença é que agora estamos tratando de um ambiente urbano, diferente de 2006, que estávamos lidando com um Estado", informa Roseno.
 

O advogado, que demorou a decidir se iria concorrer novamente pela sigla socialista, declarou que vai colocar em primeiro plano a valorização do meio ambiente, porque é partir desse setor que todos os outros poderão se desenvolver, pois “o social faz parte do meio ambiente". O candidato à Prefeitura de Fortaleza, relembrando seu discurso das últimas eleições, declarou também que, se não houver uma superação das perspectivas propostas pelo capitalismo, "não haverá futuro para a gente."

»Cautela. Em discursos moderados e com voz, na maioria das vezes, pausada, o ex-deputado federal, Moroni Torgan (DEM), tenta garantir antigos eleitores e conquistar novos votos. O candidato aposta agora na gestão administrativa e não apenas na segurança pública, setor que tratou como prioridade em projetos voltados para as classes C e D e que agora teve de ser deixado em segundo plano por conta da grande aceitação do programa Ronda do Quarteirão, implantado por Cid Gomes.
 

Com as experiências do empresário do ramo de panificação e seu vice, Alexandre Pereira (PP), Moroni, que também foi vice-governador na gestão Tasso Jereissati (PSDB) e secretário de segurança pública, foca a atenção nas classes A e B e em setores como a saúde, área onde deve ser criada o "Bolsa Saúde", a exemplo do que o Governo Federal faz hoje com o "Bolsa Família".

»Perfil popular. Aguiar Júnior, que disputa a Prefeitura de Fortaleza pelo PTC, é outro que tem histórico eleitoral. Ele já concorreu, sem sucesso, em três pleitos, mas, apesar dos resultados insatisfatórios, mostra-se empolgado com a campanha. O empresário participou das eleições de 1982, para vereador; de 1988, para prefeito; e de 1990, para governador. A mudança principal no seu discurso, ele mesmo confirma: suas palavras, que antes vinham em tons elitistas, atualmente buscam o perfil popular. Apesar de admitir isso, Aguiar faz questão de adiantar que “o conteúdo continua o mesmo, mas hoje tenho mais experiência."
 

O aspirante ao cargo de Prefeito da Cidade, que foi filiado ao MDB durante a ditadura militar e que trabalhou para que Collor de Melo chegasse à Presidência, acredita que a vitória do ex-presidente era o que País inteiro queria naquele momento. "Não me arrependo de nada que fiz ou deixei de fazer, pois tudo que faço é com os pés do chão", desabafa.

»Novos referenciais. O que há de diferente na fala do deputado estadual Adahil Barreto, que disputa a Prefeitura pelo PR, são suas inspirações políticas. Sobrinho de um ex-deputado, do qual herdou o nome, o Republicano sempre fez questão de deixar clara sua ligação, afetiva e política, com o tio Adahil Barreto, já falecido. Hoje, apesar de mencionar sempre o nome do tio, o Parlamentar possui como maior apoiador, inspirador e líder, o ex-governador do Ceará, Lúcio Alcântara (PR).
Adahil, que já foi ligado aos governos de Tasso Jereissati (PSDB) e de Ciro Gomes (PSB), hoje faz oposição ferrenha ao irmão de seu ex-correligionário, o atual gestor estadual, Cid Gomes. O Candidato a Prefeito de Fortaleza chegou a exercer cargos administrativos nas gestões de Tasso e Ciro, mas, atualmente, assim como Lúcio, os laços foram isolados. Todavia, o Republicano não hesita em reafirmar: "construí minha carreira política por mim próprio e, assim como nas últimas campanhas, continuo priorizando o espírito, público e a transparência."

»Divergências internas. Fernandes Filho (PSDC), que tem batalhado para conseguir disputar o trono da prefeita Luizianne Lins, também já conhece o pleito, mas sua disputa anterior foi ao cargo de senador, em 2006, quando concorreu e não foi eleito.
Para o pleito desse ano, o Candidato não recebeu o apoio da liderança de sua legenda e está com recurso para cancelar o indeferimento de sua candidatura. Para o Postulante à Prefeitura de Fortaleza, seu discurso, que consiste em "atacar as causas ao invés dos efeitos".
 

Entretanto, como boa parte dos demais candidatos, Fernandes cita sua experiência como um ponto forte na sua atual disputa. "Até mesmo essa batalha interna do meu partido tem me trazido experiências", pontuou. O posicionamento dos partidos políticos em relação ao Candidato do PSDC também foi algo citado por ele como um fator que agrega benefícios à atual campanha. "Percebi que as legendas têm me visto não mais como um político aventureiro, mas como alguém com coragem e força para lutar em busca dos objetivos", conclui.

»Evolução de propostas. O candidato do Partido dos Aposentados da Nação (PAN), ex-vereador Silvio Frota, que também preside a legenda, aguarda um posicionamento da Justiça Eleitoral sobre sua candidatura. Para ele, que já participou de quatro eleições e só logrou êxito em apenas uma, a experiência adquirida nos últimos pleitos agrega suporte à corrida municipal de agora. "Com o tempo, a gente evolui nossas propostas", declara.
 

Um dos itens que ele admitiu ter conservado em seu discurso desde quando foi candidato a vereador, em 1996, quando saiu vitorioso, é a Escola Municipal de Trânsito. "Essa seria uma forma de educar e gerar emprego para muitas pessoas que usam a carteira de motorista para conseguir um emprego", justifica. O Candidato ainda assegurou que continua conservando o "cuidado" e "incentivo" com o idoso. Esse ano, ele também passou a se preocupar com os catadores de lixo.

»Nova realidade. O candidato do PCB e dirigente estadual da legenda, José Carlos Vasconcelos, já disputou, sem sucesso, uma vaga de vereador em 1996. No entanto, segundo ele, foi algo que seu partido queria por achar que podia eleger muitos vereadores. "Aquele tempo era outra realidade", afirma, assegurando estar mais "maduro" por ter passado por diversas experiências, como as lideranças sindicais e partidárias.
 

Como candidato comunista a Prefeito de Fortaleza, José Carlos Vasconcelos discursa contra o capitalismo, sistema do qual garante buscar o distanciamento, assim como buscava em sua última campanha para vereador. O Presidente do PCB, que passou 15 anos na direção executiva do Sindicato dos Comerciários de Fortaleza, continua priorizando as questões trabalhistas e garantiu que adquiriu "experiências positivas" quando ocupou o cargo.
Entre as propostas, segue a linha de Luizianne Lins em querer construir um hospital voltado para um público específico. No caso da petista, se trata do Hospital da Mulher; no do comunista, do Hospital do Trabalhador. Agregado a isso, ele apóia as antigas promessas de melhorar o salário dos professores e aperfeiçoar a infra-estrutura das escolas municipais.
 

Imagem: Banco de Dados

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