Informação foi dada nesta segunda (22), em audiência pública com presença de promotores de Justiça, órgãos responsáveis da área e sociedade civil
Autoridades estimam que Fortaleza tem 3% de crianças e 2% de adultos autistas. A informação foi dada nesta segunda-feira (22), em audiência pública com a presença de promotores de Justiça, órgãos responsáveis da área e sociedade civil.
O evento, realizado pelo Ministério Público do Ceará (MP do Ceará), teve como temática “Os desafios do paciente com TEA na rede pública: Diagnóstico e acompanhamento multidisciplinar”.
Uma das principais pautas foi o planejamento para atender às demandas de pacientes e familiares de pessoas com TEA, como a capacitação de profissionais e a ampliação de serviços especializados.
“O que existe hoje é um número muito pequeno de especialistas neuropediatras e psiquiatras infantis. Então, o problema começa com o diagnóstico, porque a pessoa é atendida pelo posto, se ela for do SUS [Sistema Único de Saúde], e a partir daí ser encaminhada para um especialista. O número de, porém, especialistas é muito pequeno”, explica o procurador-geral de Justiça, Eneas Romero.
DADOS OFICIAIS
Em sua palestra, o psiquiatra infantil Alexandre de Aquino Câmara informou que cerca de 23.801 (2,8%) de crianças e adolescentes têm TEA, enquanto adultos somam 34.731 (2,2%). Segundo o médico, a rede de saúde pública não teria capacidade para realizar todos os atendimentos.
“Se houvesse um atendimento por ano [de paciente com autismo], a rede de saúde precisaria atender 2 mil por mês”, exemplifica. A coordenadora das Redes de Atenção Primária e Psicossocial, Luciana Passos, falou sobre os novos projetos para centros de reabilitação para crianças com TEA.
“Fortaleza tem sim a proposta de lançar locais de reabilitação próprio para crianças com TEA. Nas próximas semanas, a gente tá com o primeiro equipamento aberto, justamente para aumentar essa oferta de reabilitação”. A gestora, no entanto, não apontou a data em que o equipamento vai começar a funcionar.
