De acordo com os dados da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA) no inicio do mês de fevereiro deste ano foram notificados 1.272 casos de dengue
O periodo de chuvas no Ceará liga o alerta de toda a população e autoridades publicas para os cuidados contra os mosquitos. O tempo frio e o acumulo de agua parada durante essa época do ano se tornam propícios para a proliferação de doenças como a dengue, zica e chikungunya. Na capital cearense muitos lares sofrem com a quantidade exagerada de muriçocas e mosquito aedes aegypti.
De acordo com os dados da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA) no inicio do mês de fevereiro deste ano foram notificados 1.272 casos de dengue, sendo 205 casos confirmados e 301 descartados. Com a Chikungunya foram notificados 386 casos, sendo 29 confirmados e 101 descartados. Com a Zica foram 19 casos notificados , nenhum caso confirmado e 9 casos descartados. Para os moradores da capital cearense é muito difícil tentar controlar a proliferação de doenças, pois é um trabalho em comunidade e nem todos realizam o seu trabalho em prol da saúde pública.
“É muito complicado, eu limpo a minha casa e tomo todos os cuidados possíveis, mas quando saio na rua vejo o monte de lixo e entulho que as pessoas colocam. Já fiquei doente e nunca mais consegui ser a mesma pessoa. A chikungunya é tão forte que até hoje ainda sinto dores nos pés e nas mãos, os médicos falam que devo aguardar o tempo passar e assim melhorar.Tento realizar algumas atividades físicas, mas não consigo, minha perna fica muito inchada. É uma doença que não desejo para ninguém, quem puder se prevenir que faça de forma urgente”, conta a dona de casa, Vanessa Gomes moradora do bairro Barra do Ceará.
Sucatas escondem doenças
Outro problema no combate as arbiviroses, são as sucatas espalhadas pela cidade. Na avenida Francisco Sá, em Fortaleza, moradores relatam que o cheiro forte, poeira, mosquitos e ratos são a maior preocupação de quem mora do lado de uma sucataria. Com muitos objetos espalhados e expostos as chuvas , acabam se tornando um ambiente adequado para diversos tipos de doenças. “Nao aguento mais isso, todo mês faço detetização na minha casa, mas não acaba com o problema, a sucata acumula muito lixo e atrai ratos, baratas e mosquitos e vem tudo para minha residência, já que moro bem do lado. Aqui em casa todo mundo já adoeceu por causa disso, estou tentando vender a casa para sair daqui e morar próximo a um local mais limpo”, desabafa João, morador do bairro Sao Gerardo.
Em novembro de 2022 a Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS) iniciou a Operação Inverno, com o objetivo de combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti no período que antecede a quadra chuvosa. Segundo a pasta mais de 20 mil imóveis foram visitados, além de visitas domiciliares diárias em diversos bairros da cidade, inspeção de pontos estratégicos, fiscalização Sanitária em parceria com a Agência de Fiscalização (Agefis) e ações de educação em saúde e mobilização social em escolas, terminais de passageiros e locais de grande fluxo de pessoas.
A Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) informou que atua continuamente na fiscalização de sucatas em toda a capital. Durante as vistorias, são verificadas as documentações exigidas para o devido funcionamento, além da prática de obstrução do passeio, como entulhos dispostos em vias e calçadas. As ações buscam viabilizar o ordenamento público, visando a saúde e o bem-estar da população. De acordo com o Art. 752 da Lei complementar nº 270/2019 construir, reformar, instalar, fazer funcionar ou ampliar estabelecimento, obra ou serviço potencialmente poluidores sem a respectiva licença ou autorização emitida pelo órgão ambiental competente constitui infração gravíssima, com penalidade de multa que varia de R$ 303,75 a R$ 4050,00 para pessoa física, e de até R$ 48.600,00 para pessoa jurídica, com suspensão parcial ou total das atividades, cassação de Alvarás, Licenças e Autorizações.
Prevenção
A recomendação é que neste período de chuva, os cuidados com a saude sejam redobrados, onde há um aumento de acúmulo de água, e consequentemente, aumento de casos de criadouros de mosquitos, manter a limpeza de suas residências em tudo que possa acumular água nesse período, como vaso de plantas, calhas, bebedouros, entre outros materiais.Além desses cuidados, se surgirem sintomas de dengue, zica ou chikunguya, é importante manter a atenção com a auto medicação e procurar um especialista o mais rápido possível.
“Existem medicamentos que são contraindicados no caso de suspeita de dengue. Esses medicamentos são proibidos devido a dengue baixar plaquetas e causar fragilidade capilar, portanto qualquer medicamento que “afine o sangue “ (como é o caso do AAS, heparinas, varfarina) ou que aumente o risco de sangramento (ibuprofeno, diclofenaco etc. Qualquer anti-inflamatório). Como os sintomas são muito parecidos com outras viroses recomenda-se que na suspeita da doença , não se use essas medicações”, alerta o infectologista do Hospital São José, em Fortaleza, Dr. Dr Pablo Eliack.
Por Dayse Lima
