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Especialista alerta para os cuidados com doenças respiratórias durante temporada de ventos no Ceará

O mês de agosto é o período em que as rajadas de ventos são mais fortes. Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a tendência é de rajadas com valores entre 40 e 50 km/h na faixa litorânea e nas regiões serranas. Nessa época é importante ligar o alerta para as alergias respiratórias, pois é bastante comum o aumento de casos durante os meses de agosto e outubro.
Durante a temporada de ventos fortes é muito comum a poeira se espalhar com mais facilidade, influenciando diretamente no surgimento de crises alérgicas. Para quem possui algum tipo de sensibilidade, é comum já apresentar alguns sintomas como tosse, coceira na garganta e corrimento nasal. De acordo com o médico pneumologista Lindemberg Aragao Jr, existem inúmeros fatores que contribuem para a transmissão de bactérias.

“As alergias respiratórias aumentam de incidência nesses meses do segundo semestre, especialmente nos meses de julho a outubro. Estão relacionadas com o aumento da velocidade dos ventos que transportam elementos capazes de causar um quadro inflamatório em pacientes predispostos, especialmente ácaros presentes na poeira, fungos e a polinização de plantas frutíferas. um dos principais fatores que contribuem para as alergias respiratórias são os ambientes fechados com pouca circulação e locais com muita aglomeração, sendo bastante propensos para a transmissão de bactérias”, afirma o especialista.
Para a empresária Rafaela Santos, 29 anos, nessa época do ano os cuidados são dobrados com a limpeza de casa. Segundo ela, lavar a casa já se tornou uma rotina na busca para diminuir os efeitos da poeira. Ela é mãe de Maria Clara, 5 anos, a criança possui alergia extrema à ácaros e já precisou se desfazer até de algumas pelúcias na sua coleção de brinquedos para diminuir as crises.

Foto: Divulgação

“Maria Clara torcia muito e ficava com o olho muito vermelho, sempre desconfiamos que era apenas uma gripe e foi assim por anos. Até que um dia, uma médica me orientou a levar ela no alergologista e foi então que descobrimos que ela possuía uma alergia extrema à ácaros e poeira. Depois disso, fui orientada a tirar todos os ursos de pelúcia de casa e tudo aquilo que acumulasse pó. Nessa época do ano é quase impossível controlar a poeira em casa, então na busca para amenizar isso, eu mantenho a rotina de lavar a casa todos os dias. Dois dias que passo sem lavar tudo já percebi minha filha com alguns sintomas da crise alérgica. É uma luta diária”, relata Fernanda.

Prevenção
Para evitar o número de incidências por alergias respiratórias são necessários alguns cuidados diários como: ao limpar a residência, preferir panos úmidos para diminuir a suspensão de partículas de poeira com ácaros no ar e praticar com bastante frequência atividades físicas, pois aumenta o número de neurotransmissores que podem trazer um bem estar e reduzir o quadro inflamatório. Outra dica é higienizar o nariz com produtos específicos ou com uma seringa de 10ml, utilizando uma solução de soro fisiológico; realizar inalações especialmente para quem tem inalador em casa, com soro fisiológico por 20 minutos.

Tratamento
Existem duas entidades clínicas relacionadas às alergias respiratórias, uma está relacionada ao quadro respiratório inflamatório presente nas vias aéreas superiores que é a rinite alérgica, e a asma que é relacionada às inflamações nas vias inferiores. Dessa forma, a rinite alérgica apresenta sintomas causando congestão e secreção nasal e vermelhidão ocular. A asma pode causar dores torácica com sensação de aperto e sons finos que podem surgir no tórax, tosse e falta de ar.
“Existem duas modalidades de tratamento. O tratamento farmacológico é feito com fármacos com efeito anti inflamatório, considerando a condição de base da doença.

Para a rinite alérgica são feitos corticoides nasais com propriedades anti inflamatórias e antialérgicas. A asma também é manejada com corticóides inalatórios associados a broncodilatadores, pois a asma está relacionada à diminuição do diâmetro do brônquio. Tratamos essa condição com broncodilatadores aumentando o diâmetro do brônquio. O tratamento nao farmacológico são os cuidados domiciliares. É necessário priorizar a limpeza do domicílio com panos úmidos, manter a limpeza de ar condicionados e ventiladores de forma frequente para remover as partículas de poeiras, manter as portas da residência fechada durante o dia para diminuir o acúmulo de poeira e fungos que pode ser um gatilho para a evolução de um quadro inflamatório”, conclui o médico pneumologista Lindemberg Aragao Jr.

Por Dayse Lima

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