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Radioablação: técnica minimamente invasiva é indicada para tratamento de câncer na tireóide

A tireóide é uma glândula que fica localizada na garganta, ela possui o formato de borboleta na parte anterior do pescoço, abraçando a traquéia. Apesar de ser pequena, a glândula possui várias funções poderosas no corpo, quando a tireoide não está funcionando normalmente, ela pode produzir mais ou menos hormônio. Quando a produção é insuficiente, temos o hipotireoidismo, causando uma alteração em todo o organismo, entre elas: coração funciona mais devagar, metabolismo fica mais lento, aumento de peso, constipação intestinal, pele seca, sonolência, falta de concentração e memória, cansaço e às vezes depressão e outras alterações.

Foto: Divulgação

Por outro lado, quando há uma produção maior desse hormônio, se instala o hipertireoidismo, ou seja, todo o organismo se torna mais acelerado. Diante disso, o coração aumenta o número de batimentos podendo apresentar arritmias graves, pele úmida, muito calor e suor, irritabilidade, mau humor, insônia, tremores, cansaço entre outros sintomas. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), estima-se que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireoide em algum momento da vida. Porém, cerca de 5% apenas são cancerígenos.

Radioabração
Por agir em função dos principais órgãos do corpo, como o coração, cérebro, fígado e rins, a tireóide pode interferir diretamente no desenvolvimento de crianças e adolescentes. Diante desse cenário, a radioablação surgiu como uma técnica minimamente invasiva indicada para o tratamento de nódulos de tireoide grandes, sintomáticos e confirmados como benignos ou malignos de pequeno tamanho. Além disso, o método é uma alternativa para pessoas com restrições à cirurgia.

O procedimento apresenta menos riscos e complicações, pois é feito através de uma sedação leve, por meio de um pequeno furo de agulha. Enquanto na cirurgia ocorre a retirada total ou parcial da tireóide, na radioablação o nódulo é reduzido, não interferindo no funcionamento da glândula. “A agulha é conectada a uma fonte de energia que gera calor, promovendo a destruição do tumor. Não são necessários cortes ou qualquer tipo de incisão e em pouco tempo, o paciente tem alta hospitalar. Os nódulos reduzem de 50% a 90% do seu volume, sem causar maiores prejuízos aos pacientes”, confirma o cirurgião de Cabeça e Pescoço, Bomfim Júnior.

Vantagens
O procedimento é realizado por cerca de duas horas e o paciente pode retornar às atividades no dia seguinte. O objetivo é fazer com que o paciente tenha uma normalidade de vida ainda maior que a cirurgia, uma vez que não há a necessidade fazer uso de medicamentos, que ele pode retornar às suas atividades quase que prontamente, e que não existem complicações graves da voz ou de sangramento.
Podemos enumerar várias vantagens da Radioablação em relação à cirurgia convencional, sendo estas: não há necessidade de anestesia geral, não tem cicatriz no pescoço, pois o processo acontece por microincisões de 3 mm, o risco de sangramento e Quase inexistente, há uma diminuição do risco de rouquidão, não há a necessidade de repor hormônio tireoidiano após o procedimento, não tem risco de hipoparatireoidismo, o processo ocorre de forma quase indolor, não há perda de dias de trabalho além o do dia do procedimento e o internamento não demora mais que um período de 6 horas.

Riscos
O maior risco está relacionado ao procedimento feito em região próxima do nervo, o que deve ser evitado, queimadura de pele se feito próximo sem os devidos cuidados, é um treinamento em ultra som inadequado de quem faz o procedimento. Um risco pode ser relacionado à presença de doença maligna junto ao nódulo benigno em que é indicada a radioablação. Apesar disso, também é possível tratar pequenos nódulos malignos com o mesmo procedimento.
“Uma vantagem prática da radioablação é a de não tirar dias produtivos do paciente, e ter poucas implicações funcionais da voz ou de necessidade de tomar hormônios. Outra, por ser minimamente invasiva, não tem cicatriz após, o que não implica em alterações estéticas nem necessidade de procedimentos dermatológicos para aliviar o aspecto da cicatriz. Outras complicações podem ocorrer, como sangramento pós-operatório, rouquidão temporária ou definitiva, hipoparatireoidismo com necessidade de uso de cálcio oral, e em casos raros, traqueostomia. Para uma doença benigna, deve-se pesar bastante o custo benefício da cirurgia, e sendo a radioablação uma opção que possa ser considerada, médico e paciente devem concordar qual o tratamento melhor indicado. A taxa de sucesso na radioablação de nódulos tireoidianos pode variar dependendo de vários fatores, incluindo o tamanho e tipo do nódulo, além da experiência do médico que realiza o procedimento. Em geral, a taxa de sucesso pode variar entre 70% e 90%, com a redução do tamanho do nódulo e melhora nos sintomas sendo considerados resultados positivos”, conclui o médico cirurgião de Cabeça e Pescoço, Bomfim Júnior.

Resultados
Em casos malignos é possível fazer a radioablação. Principalmente em pacientes com doenças que aumentam o risco da cirurgia, como doenças cardíacas ou pacientes idosos, ou pacientes que têm tumores muito pequenos. Após o procedimento, há uma redução completa do tumor em um período de 3 a 6 meses. É necessário ficar atento, pois não é recomendado a técnica nas doenças malignas maiores, e em tumores benignos menores que 2 cm, sem repercussão clínica ou estética.O mais indicado é procurar um especialista. O procedimento é feito em hospitais de fortaleza de forma particular. Tem que ser feito por médico com treinamento em procedimento guiado por ultrassom, seja ele cirurgião de cabeça e pescoço, radiologista ou endocrinologista.

Por Dayse Lima

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