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“Última Milha”: o que se sabe até agora da nova operação da PF contra Bolsonaro

Documento aponta acusações contra ex-presidente e seus aliados por usarem Abin para auto benefício durante gestão

De acordo com a corporação por meio dos documentos remetidos à Suprema Corte, Bolsonaro concentrou a Abin em atividades de interesse próprio/Foto: Reprodução/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) aponta em relatório que Jair Bolsonaro (PF) usou de má-fé a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para favorecimento pessoal e proteção de filhos acusados nas investigações sobre as chamadas “rachadinhas”. Além disso, a PF encontrou na operação, chamada Última Milha, a minuta do golpe, um dos instrumentos que, segundo investigações em curso, ligam o ex-presidente a atentados contra a democracia. 

A acusação também aponta nomes de Marcelo Bormevet e Giancarlo Rodrigues como responsáveis por produzir notícias falsas contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A versão final do relatório de investigação foi entregue ao STF, nesta quinta-feira (11) e segue em sigilo para apuração do caso.

Confira os tópicos que a PF descobriu durante investigação para produzir o relatório: 

1. Proteção para familiares de Bolsonaro

   – A Polícia Federal identificou o uso indevido da Abin para monitorar pessoas ligadas a investigações envolvendo familiares do ex-presidente Jair Bolsonaro.

   – Agentes da Abin tentaram encontrar informações comprometedoras sobre auditores da Receita Federal que investigavam o esquema de “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro.

   – Houve também tentativas de criar provas a favor de Jair Renan Bolsonaro, monitorando pessoas relacionadas ao caso.

2. Ataques ao Supremo e à legitimidade das eleições

   – Marcelo Bormevet e Giancarlo Rodrigues da Abin foram acusados de produzir dossiês falsos e disseminar fake news contra ministros do STF, como Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

   – O objetivo era difamar e desacreditar os ministros, utilizando informações falsas e ataques em redes sociais.

3. Invalidação da ‘CPI da Covid’

   – A Abin teria sido usada clandestinamente contra o senador Alessandro Vieira durante sua participação na CPI da Covid, que investigava possíveis irregularidades na gestão da pandemia pelo governo Bolsonaro.

   – Marcelo Bormevet e Giancarlo Rodrigues teriam produzido desinformação para prejudicar Alessandro Vieira durante a comissão.

4. Minuta de golpe

   – Além das investigações sobre o uso indevido da Abin, a PF encontrou referências a uma “minuta do golpe” dentro do governo Bolsonaro.

   – Mensagens interceptadas sugerem que membros da “Abin paralela” tinham conhecimento prévio do planejamento envolvendo o decreto de intervenção, indicando potencial envolvimento em ações antidemocráticas.

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